Professores da UNISUL, ULBRA e da PUC-MG, através da análise de imagens tomográficas de 952 indivíduos, com idade entre 18 e 75 anos, chegaram a um resultado que sugere que não existe associação das assimetrias mandibulares em adultos com a ausência de dentes.
Sendo a assimetria esquelética facial comum em humanos e tendo como desvio do mento sua principal característica, a literatura sugere que essas assimetrias teriam relação com problemas oclusais e mastigatórios advindos das ausências dentárias.
A fim de estimar a prevalência de assimetrias esqueléticas mandibulares e investigar a veracidade dessa associação, pesquisadores analisaram imagens tomográficas de 952 indivíduos, com idade entre 18 e 75 anos.
Como foi realizada a pesquisa?
A assimetria foi o desfecho analisado, sendo categorizada em três grupos, de acordo com o desvio do gnátio em relação ao plano sagital mediano: simetria relativa, assimetria moderada e assimetria severa. Os indivíduos foram agrupados segundo a presença de todos os dentes posteriores, ausência dentária posterior unilateral ou ausência dentária posterior bilateral. Para verificar a associação entre a ausência dentária posterior e a assimetria, foi utilizado o teste Χ2 , ao nível de significância de 5%.
Quais foram as conclusões?
Os resultados mostraram que a simetria relativa esteve presente em 55,3% da amostra, bem como uma prevalência de 27,3% para a assimetria mandibular moderada e 17,4% para assimetria severa. As assimetrias mandibulares moderada e severa ocorreram em maior proporção nos indivíduos com ausência dentária posterior unilateral; entretanto, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p = 0,691). Assim, concluiu-se que as assimetrias mandibulares em adultos não apresentaram associação com a ausência de dentes na região posterior da arcada dentária neste estudo.
O trabalho, intitulado “Existe associação entre assimetria esquelética e ausência dentária?” foi publicado na edição v21n4 da Revista Dental Press Journal of Orthodontics, revista oficial da ABOR – Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial, produzida e editada pela Dental Press.