Embora os benefícios para a saúde bucal do flúor tenham sido cientificamente comprovados, cada vez mais pessoas estão preocupadas com os potenciais perigos para a saúde que a substância apresenta quando ingerida no organismo através de produtos de higiene bucal ou água potável fluoretada. No Congresso Odontológico Anual da Associação Dentária Sueca, que ocorreu em Estocolmo no início deste mês, o simpósio FluORO discutiu o conhecimento já existente sobre a ingestão de flúor, bem como o papel da comunidade odontológica em abordar os medos dos pacientes e fornecer informações precisas sobre o tema.
Seja através de informações controversas disponíveis na Internet, seja pelo aumento da consciência dos efeitos sistêmicos de produtos químicos ou por meio das várias campanhas anti-fluoreto, muitas pessoas estão confusas se o flúor é benéfico ou prejudicial para a saúde. De acordo com os apresentadores do simpósio FluORO, um indício do crescimento desta preocupação é o aumento constante de pesquisas na web e o grande número de artigos on-line e posts sobre os riscos potenciais para a saúde desta substância.
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Os oradores enfatizaram que uma maneira de responder essas questões é transmitir informações precisas e objetivas aos pacientes quando as preocupações vêm à tona. De acordo com Peggy Näsman, um estudante de doutorado do Instituto Karolinska, em Estocolmo, que está pesquisando a relação entre flúor e saúde pública, os dentistas precisam ajudar seus pacientes a compreender, especialmente, a diferença entre flúor e fluoreto. Enquanto o flúor na sua forma elementar pura é um dos elementos mais reativos na tabela periódica, o fluoreto coloquialmente refere-se ao composto fluoreto ativo – geralmente flúor estanoso ou fluoreto de sódio – que é adicionado à pasta de dentes ou água potável.
Além disso, os especialistas enfatizaram que os profissionais precisam estar preparados para propor abordagens alternativas para prevenir a cárie dentária se os pacientes se recusarem a usar fluoretos. Concluíram que, embora não haja uma resposta universal ao tópico, os profissionais de odontologia devem fornecer conhecimento preciso e objetivo sobre o assunto, pois por outro lado, informações incorretas se propagam incontestáveis e podem influenciar os pais de crianças pequenas em sua decisão de usar creme dental fluoretado para prevenir a cárie dentária.
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Resumindo o conhecimento sobre o fluoreto e sua toxicologia, o Dr. Jon E. Dahl, Professor de Cariologia na Universidade de Oslo na Noruega, salinetou que – embora seja correto afirmar que o flúor seja tóxico – seria necessário grandes quantidades da substância para causar qualquer dano ao corpo.
Apesar das controvérsias, vários estudos internacionais descobriram que a fluoração da água pública e o uso de pasta de dente fluorada – em doses apropriadas – são maneiras seguras, efetivas e acessíveis de prevenir e reduzir a cárie dentária na população.
Fonte: DentalTribune