A partir de declarações na mídia televisiva, que o bruxismo na infância é “natural e até benéfico na fase da troca de dentes” e que “aparelhos ortopédicos são indicados nesses casos”, a Associação Brasileira de Ortopediatria (aboPed) divulgou uma nota de esclarecimento sobre o que a ciência diz sobre o movimento involuntário da mandíbula.
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De acordo com a autora do comunicado, a professora Adriana Lira Ortega, pós-doutora em Patologia Bucal e especialista em Odontopediatria, em alguns casos o bruxismo do sono pode estar associado a condições adversas do organismo, como doenças respiratórias e alterações neurológicas. “O movimento mandibular pode ser considerado um marcador biológico, por isso não se deve minimizar ou ignorar a ocorrência”, afirma Adriana.
Outra questão é a relação do bruxismo com a troca dos dentes de leite. Segundo ela, o conhecimento científico atual é unânime em atribuir o bruxismo a alterações no sistema nervoso central. “Os contatos dentários representam o final do processo e não o início dele.”
Pela origem do bruxismo estar associada ao sistema nervoso central, o uso de aparelho que promova mudanças morfológicas, sejam ortodônticas ou ortopédicas, não é justificado.
“A condução dos casos de crianças com bruxismo do sono inclui identificação de fatores associados e, eventualmente, ação transdisciplinar.”
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