Células-tronco provenientes de polpa de dentes decíduos apresentam resultados promissores em terapias regenerativas
O título do artigo “Células-tronco mesenquimais adultas e suas possibilidades para a odontologia: o que esperar?” , publicado no tópico especial da edição v25n03 da DPJO (Dental Press Journal of Orthodontics) acende, no mínimo, a curiosidade dos leitores mais assíduos do periódico. Há tempos, estudos indicam a relevância das células-tronco presentes na polpa dentária. Mas afinal o questionamento persiste. Afinal, “o que esperar?”
O artigo assinado pelo Dr. José Ricardo Muniz Ferreira e pela Drª. Anna Paula Greck, faz uma completa revisão de literatura para apresentar as possibilidades provenientes das células obtidas em polpa dentária, bem como resultados promissores para os estudos na área.
“As células-tronco obtidas a partir da polpa de dentes decíduos humanos são células multipotentes altamente proliferativas e plásticas, o que as torna um modelo relevante de células-tronco, aplicado em diversas áreas biomédicas com diferentes propósitos”, explicam os autores logo na introdução do artigo.
Em oito páginas, os autores trazem tópicos como, “As células-tronco e suas possibilidades em odontologia e medicina regenerativas”, “Células-tronco Mesenquimais de polpas decíduas: o que o cirurgião-dentista precisa saber”, “Possíveis aplicações clínicas das células-tronco mesenquimais na odontologia [1. Regeneração do tecido pulpar, 2.Expansão dos limites do movimento ortodôntico, 3. Regeneração periodontal, e 4. Reabsorção radicular externa].
Além desses tópicos, que contrapõem as utilizações em medicina regenerativa e aplicação em odontologia, os autores retomam alguns dos fatores históricos e sociais que fomentaram o debate de utilização de células-tronco nos últimos anos.
“A busca por longevidade associada a uma boa qualidade de vida acompanha a história da humanidade desde o início dos tempos. Ao longo dos últimos 50 anos, aumentamos nossa expectativa de vida em todo o mundo em aproximadamente 30 anos. Muito disso se deve às pequenas mudanças de hábitos e aos grandes avanços científicos e clínicos que permitiram a implementação de medidas de prevenção, controle e tratamento cada vez mais eficazes para as chamadas doenças infecciosas”, diz a introdução do artigo.
A exemplo das aplicações possíveis, o artigo cita ainda uma equipe da USP (Universidade de São Paulo) que utilizou as células-tronco para reprogramação celular, na prevenção ao TEA (Transtorno do Espectro Autista). Acredita-se que essa condição tenha fatores ambientais e genéticos.
Na conclusão do artigo, os autores reconhecem que pesquisas devem continuar sendo feitas, para aprimorar os procedimentos com as células provenientes de polpa dentária, mas que os resultados devem ser encarados com otimismo.
“As células-tronco mesenquimais adultas vêm se consolidando, junto às comunidades científica e clínica como uma importante ferramenta para a Medicina e a Odontologia Regenerativas. Para tanto, é necessário que pesquisas aplicadas sejam fortemente fomentadas, de modo que tenhamos em um curto intervalo de tempo, possibilidades terapêuticas cada vez mais eficientes, seguras, previsíveis e acessíveis à sociedade indistintamente”, enfatizaram os autores, que recorreram a uma revisão de literatura com ao menos 34 artigos.
Para ler o artigo na íntegra, basta acessar o conteúdo completo da revista no Dental GO.