Um grupo de pesquisadores do Departamento de Odontologia da Universidade CEU Cardenal Herrera, em Valência, na Espanha, descreve em um artigo original publicado na Dental Press Endodontics (DPE, V8N1) um caso de insucesso na revascularização de um segundo pré-molar inferior. O motivo, concluiu a pesquisa, pode ter sido devido a presença de uma lesão cística inflamatória.

Imagem do dente contralateral (#45), com a presença de
um tubérculo oclusal parcialmente desgastado (dens evaginatus) (Foto: Reprodução/DPE)
O dente, que apresentava ápice imaturo com fístula e lesão periapical, recebeu irrigação com NaOCl, solução salina estéril e clorexidina, e uma pasta antibiótica composta por ciprofloxacina, metronidazol e cefaclor foi utilizada como medicamento intracanal. Uma vez que a fístula desapareceu, a hemorragia foi induzida pelo periápice. Como havia um sangramento residual, uma esponja de colágeno banhada de sangue foi colocada no canal e o acesso à cavidade foi selado com MTA.
“Quando a paciente retornou, uma semana depois, para colocar um material obturador permanente, embora ainda não referisse sintomatologia, a fístula reapareceu. À luz dessa falha de revascularização, foram avaliadas as seguintes opções de tratamento: extração ou cirurgia periapical com exérese-biopsia da lesão. A última foi escolhida e, posteriormente, realizada”, diz o texto.

A) A incisão intrassulcular feita do #33 ao #36. Pode-se ver a obturação coro-
nária temporária e a fístula que reapareceu apicalmente no #35. B) Perda visível do osso
cortical externo localizada no #35. C) Imagem
da lesão removida, antes de ser enviada para estudo anatomopatológico. D) Radiografia periapical do #35 logo após a cirurgia (Foto: Reprodução DPE)
“Tradicionalmente, um dente necrótico com ápice aberto é tratado por meio de apicificação. A tentativa de usar procedimentos de revascularização no caso apresentado foi devida aos resultados melhorados que a técnica demostrou mesmo em casos de patologia periapical”, justificam os pesquisadores.
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No entanto, como não é possível diagnosticar um cisto usando somente radiografias, um tratamento de revascularização não pode ser descartado. Ao propor esse tratamento, o tamanho e o tempo de duração da lesão devem ser levados em consideração, informando ao paciente que a cirurgia periapical pode ser necessária.