Médico especialista em crânio-maxilo-facial morre em decorrência da Covid-19
Ricardo José Lopes da Cruz, de 66 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (8) em decorrência da Covid-19, na cidade do Rio de Janeiro. Ele era considerado um dos cirurgiões mais respeitados do país. Cruz morreu após cerca de duas semanas de internação no Hospital Samaritano, em Botafogo, um dos espaços onde construiu carreira e consolidou-se como referência de sua especialidade.
“Quem é do Brasil e pratica medicina ou cirurgia de cabeça e pescoço com foco em crânio, sabe que ele sempre foi uma unanimidade. Teve, sempre, grande prestígio e exerceu sua atividade profissional com maestria”, destacou o Prof. Dr. Ricardo Tesch, que trabalhou com Cruz.
Em nota, a AMN (Associação Nacional de Medicina) disse que Ricardo Cruz graduou-se em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e sua pós-graduação incluiu atividades no Hospital Federal de Ipanema; no Instituto Nacional de Câncer e em Cirurgia Plástica, da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-RJ, sob a coordenação do Acadêmico Ivo Pitanguy.
Eleito em 12 de setembro de 2013, tomou posse como Membro Titular da ANM para ocupar a Cadeira de número 62, da Secção de Cirurgia com a monografia: Trauma de Face e o Resgate da Identidade. Em março de 2020, assumiu o cargo de Secretário Geral da Academia.
Segundo, ainda, a ANM Cruz, nos últimos meses, se destacou como um dos maiores líderes da medicina brasileira pela adoção de medidas corretas para combater a Covid e pelo papel da Academia Nacional de Medicina.
“Ricardo Cruz permanece como grande exemplo de médico, cirurgião e professor de medicina, cirurgia e de humanidades médicas. Profissional irretocável, a medicina perde um de seus maiores tesouros”, destacou em nota a ANM.
Ricardo Cruz era coordenador científico do Hospital Samaritano, onde criou o grupo Humanidades e promovia encontros acadêmicos seminários com o objetivo de integrar à medicina à temas filosóficos e antropológicos. Mais de 500 profissionais se reuniram no projeto desde o início das reuniões.
“Um homem muito culto e muito erudito. Analisava os aspectos psicológicos e a busca do bem-estar do paciente ia além da doença física. A mim, fará muita falta”, ponderou Tesch.