O melhor momento para identificar sinais de apneia obstrutiva do sono (AOS) pode não ser à noite, enquanto se dorme, mas durante uma visita ao dentista. De acordo com um novo estudo conduzido pelo ortodontista Thikriat Al-Jewair, da University at Buffalo, os dentistas ocupam uma posição privilegiada, como profissionais de saúde, para detetar sinais de apneia do sono, uma doença motivada pelo bloqueio das vias aéreas superiores.
A pesquisa constatou que tonsilas palatinas grandes e língua muito grande para a boca colocam pessoas em alto risco de AOS – pacientes obesos são quase 10 vezes mais propensos a apresentarem os sintomas. Embora os dentistas não possam diagnosticar a doença, podem detectar sinais de aumento da língua e/ou hipertrofia das tonsilas, e recomendar ao paciente que consulte um especialista em medicina do sono. Segundo Al-Jewair, os dentistas têm mais acesso à boca de seus pacientes do que os médicos, e os sinais são fáceis de identificar.
Foram analisados 200 pacientes nas clínicas dentárias da University of Dammam’s College of Dentistry, na Arábia Saudita. Os pesquisadores testaram os participantes para apneia obstrutiva do sono (AOS) usando o Questionário de Berlim, uma avaliação validada, utilizada para rastrear AOS.
Os participantes foram rastreados para potenciais fatores de risco de AOS, como o peso, circunferência do pescoço, pressão arterial, tamanho da língua e tonsilas e úvula (tecido que fica na parte de trás da garganta). Os resultados revelaram que 23% dos participantes tinham risco de apneia obstrutiva do sono, cerca de 80% deles do sexo masculino.
Os fatores mais comuns entre as pessoas que foram identificados como de alto risco para AOS no Questionário de Berlim – juntamente com a obesidade – foram tonsilas grandes, recortes de língua e uma pontuação elevada escala de Epworth, outro questionário usado para medir a sonolência diurna.
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Novas pesquisas irão expandir o tamanho da amostra para incluir vários grupos etários, além de monitorar o sono noturno dos participante para confirmar a prevalência e gravidade da AOS. A apneia do sono afeta mais de 18 milhões de adultos americanos, e muitos casos não são diagnosticados, de acordo com a National Sleep Foundation. Os casos graves de apneia estão ligados a doenças cardiovasculares, diabetes, depressão e perda de memória.
Fonte: Jornal Dentistry