Pesquisadores da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, analisaram a atividade cerebral em voluntários saudáveis ao experimentarem dor de dente e descobriram que é mais difícil para o cérebro distinguir entre diferentes áreas de dor na boca do que em qualquer outra parte do corpo. De acordo com o estudo, publicado na revista Pain, as pessoas podem ser notoriamente ruins para indicar qual dente está doendo porque, para o cérebro, um dente superior que dói parece muito com um dente inferior que dói.
Os pesquisadores aplicaram breves pulsos elétricos no canino superior esquerdo ou no canino inferior esquerdo. As aplicações produziram uma sensação similar àquela de quando se morde um cubo de gelo.
O nível das aplicações foi ajustado de forma que os voluntários sempre classificassem a dor como sendo de cerca de 60 %, com 100% sendo a pior dor imaginável. Para ver como o cérebro respondia à dor proveniente de diferentes dentes, os pesquisadores usaram fMRI para monitorar as alterações na atividade quando o dente superior ou inferior era estimulado.
“No início, esperamos uma boa diferença, mas não foi esse o caso”, diz Dr. Clemens Forster, Ph.D., coordenador da pesquisa.
Muitas regiões do cérebro responderam à dor na região superior e inferior – transmitidas por sinais de dois ramos distintos de uma fibra chamada de nervo trigêmeo – da mesma maneira. Regiões separadas na córtex cerebral, que sabidamente desempenham um papel importante no sistema de projeção da dor, comportaram-se de maneira similar para as duas dores de dente.
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“Dentistas devem estar conscientes de que os pacientes nem sempre conseguem localizar a dor”, diz Forster. “Existem razões fisiológicas e anatômicas para isso”.
Forster afirmou que os experimentos podem não ter levado em conta diferenças sutis que poderiam ser responsáveis pelo fato de algumas dores poderem ser localizadas.
Fonte: Terra Saúde Bucal / American Dental Association